A Septuaginta é uma das mais antigas traduções da Bíblia, tendo sido escrita em grego antigo por volta do século III a.C. Seu nome vem do fato de que supostamente foi traduzida por setenta estudiosos judeus em Alexandria, no Egito.
Segundo a lenda, o rei Ptolomeu II, que governava o Egito na época, tinha interesse em construir uma biblioteca que rivalizasse com a de Atenas. Para isso, ele teria solicitado a tradução da Torá, os cinco primeiros livros da Bíblia hebraica, para o grego.
De acordo com a tradição, ele teria enviado um emissário para Jerusalém para contratar setenta sábios judeus para realizar a tarefa.
Curiosamente, a lenda da Septuaginta inclui alguns detalhes fantásticos.
De acordo com a tradição, cada um dos setenta sábios trabalhou separadamente em sua própria tradução da Torá. No entanto, quando eles compararam suas traduções, descobriram que todas eram idênticas em cada palavra e cada letra.
A Septuaginta se tornou extremamente influente na cultura grega e romana, além de ser usada pelos primeiros cristãos como fonte de referência para o Antigo Testamento. A tradução é notável por sua linguagem poética e por incluir vários livros que não fazem parte da versão hebraica da Bíblia, como os livros deuterocanônicos.
Embora a lenda da Septuaginta seja fascinante, os estudiosos modernos acreditam que a história real pode ter sido mais complexa. É possível que a tradução tenha sido realizada por um grupo de judeus em Alexandria ao longo de um período de tempo, em vez de ser um projeto único e coletivo.
Independentemente dos detalhes exatos, a Septuaginta continua a ser uma parte importante da história da Bíblia e da cultura ocidental. Sua influência pode ser vista em áreas tão diversas como a literatura, a teologia e a história da arte.
Quanto à autenticidade da Septuaginta, é importante notar que ela não é considerada pelos judeus como a versão oficial das Escrituras Hebraicas. A versão padrão é o texto massorético, que foi preservado por séculos pelos escribas judeus e que é a base da maioria das Bíblias hebraicas modernas.
No entanto, a Septuaginta é valorizada pelos estudiosos por oferecer uma perspectiva diferente sobre os textos bíblicos, e por ter sido muito utilizada pelos primeiros cristãos e pelos pais da igreja na interpretação do Antigo Testamento.
Existem muitas versões e edições diferentes da Septuaginta, e é difícil falar de forma geral sobre sua autenticidade.
Em geral, os estudiosos avaliam a autenticidade de cada texto individualmente, comparando-o com outras fontes e usando métodos críticos para determinar a idade e a origem do texto.
Alguns textos da Septuaginta são considerados autênticos, enquanto outros são vistos como adições posteriores ou alterações.
Em termos de provas históricas, existem poucos documentos ou artefatos que confirmem a existência da Septuaginta. A maioria das evidências vem de textos posteriores que citam a Septuaginta ou de manuscritos antigos da própria Septuaginta.
No entanto, há algumas inscrições gregas e hebraicas que sugerem que havia uma comunidade judaica em Alexandria que falava grego, e que pode ter sido responsável pela tradução.
Em resumo, a Septuaginta é uma tradução grega antiga dos livros hebraicos do Antigo Testamento, que é valorizada pelos estudiosos por sua importância histórica e literária. Sua autenticidade é avaliada caso a caso pelos estudiosos, e sua origem e história são objetos de debate e especulação.p
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